viernes, febrero 13, 2009

Solicitud de ayuda a Rinace

Estimados amigos y amigas,

Quisiera recurrir a ustedes para ver si me pueden ayudar en una inquietud en relación a Paulo Freire.

He leído muchos libros de él y no me queda clara su "militancia marxista". Más aun, hay varios pasajes en sus escritos en los cuales presenta una postura crítica sobre ciertas prácticas stalinistas. No digo con ello que no tenga un esquema de análisis en los cuales asuma planteamientos de distintos pensadores marxistas, mas lo veo asumiendo un pensamiento más amplio y no fácil de ser encasillado en tal o cual forma de pensar. Leyendo una entrevista que se le hiciese casi al final de sus días, veo que él mismo se plantea en que no le gusta que lo encasillen y que se ve evolucionado en sus planteamientos y critica a los "freiristas" que se quedaron con tal o cual texto, con tal o cual idea de él y no conocen toda su trayectoria.

Agradeceré mucho el comentario de aquellos que estuvieron mucho más al lado de él y se nutrieron de su vida concreta y sus palabras.

Gracias,

Rafael Mascayano

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Archivos de RINACE: http://listserv.rediris.es/archives/rinace.html



Rudá Ricci escribió:

Rafael,

Paulo Freire criou uma teoria própria, singular, mas bebeu em várias fontes. Uma delas foi a fenomenologia, muito pouco explorada pelos seus leitores e seguidores. Daí vinha sua opção para iniciar toda investigação e trabalho educativo a partir da percepção do outro sobre o mundo e o significado e somente depois trabalhando o campo mais racional e a sistematização do olhar. Algo que se aproximava de Merleau-Ponty para quem a primeira palavra era do sentido e somente depois a da razão e teoria.

No campo do marxismo, Paulo Freire trabalhava muito com Karel Kosic, citava muito Gramsci e Henri Lefebvre. Neste caso, vale recordar que o cristianismo de Paulo Freire estava articulado com as leituras de bispos nordestinos baseados na Teologia da Libertação. No Brasil, a partir dos 60, Gramsci foi sendo lido cada vez mais pelos teólogos da libertação. O "jovem Marx" também era muito citado, em virtude do conceito de alienação e descoberta do mundo pela crítica. Finalmente, os autores da teoria do subdesenvolvimento foram muito lidos em determinado momento. Posso recordar Fals Borda.Vários autores brasileiros procuram articular os debates do nacional-desenvolvimentismo dos anos 50 e 60 no Brasil com o pensamento do "primeiro" Paulo Freire e sua aproximação com os debates do ISEB e correntes existencialistas do pensamento cristão progressista.

Estes mesmo autores percebem uma segunda etapa, mais vinculada à lectura de Marx, Hobsbawn, Goldman, Lukács, Gramsci e Sartre.

Confesso que sempre achei Paulo Freire um autor único. Na verdade, em suas falas e aulas as referências ao marxismo eram mais frequentes que em seus livros. Mas sempre trabalhando com uma dimensão existencial e de descoberta/emancipação (o que seria o conceito de conscientização dele?).

Nos anos 80, Paulo ingressou no Partido dos Trabalhadores. Alí, articularam-se as teorias dos "novos movimentos sociais" (Castoriadis, Lefort, Touraine, Guatarri, entre tantos), com correntes trotskistas, gramscianas e correntes de movimentos sociais fundadas na Teologia da Libertação. Paulo Freire foi sempre instigado a radicalizar seu discurso neste período. Quando Secretário de Educação de São Paulo, no final dos anos 80 e início dos 90, ele dizia que estava emprestando seu nome ao governo de esquerda, mas não tinha forças para a militância política (o sub-secretário era Mário Sérgio Cortella, um importante filósofo e professor universitário da PUC-SP (onde Paulo também lecionava, no pós-graduação).

Espero ter ajudado a fazer a aproximação. Tarefa que não é simples.

Rudá Ricci

www.cultiva.org.br

rudaricci.blogspot.com


Rudá, agradezco mucho tus comentarios. Realmente son muy interesantes.

Gracias,

Rafael Mascayano M.